Você fez uma cirurgia ginecológica, como uma histerectomia, nos poucos anos antes de desenvolver fibromialgia?
É uma tendência que algumas pessoas notaram, e um estudo publicado em 2015 reforça a ligação entre esses tipos de cirurgias e o início da fibromialgia. Também fornece evidências adicionais para uma associação entre fibromialgia e condições comuns de sobreposição que são ginecológicas, endócrinas ou autoimunes.
Resultados
No estudo, os pesquisadores analisaram prontuários de 219 mulheres com fibromialgia e 116 mulheres com dor crônica não fibromiálgica. Especificamente, eles examinaram o tempo entre o início da doença e a cirurgia ginecológica, bem como o número de condições de sobreposição em cada grupo.
Eles também descobriram que cada um dos três tipos de diagnóstico que eles estavam olhando estava independentemente associado à fibromialgia. A doença da tireóide e a cirurgia ginecológica foram significativamente mais comuns em mulheres com fibromialgia do que aquelas com outros tipos de dor crônica.
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O momento das cirurgias ginecológicas em relação ao início da dor foi especialmente interessante. Eles encontraram mais cirurgias nos anos imediatamente anteriores à dor da fibromialgia, ou no ano após o início da dor. Esse padrão foi exclusivo para o grupo fibromialgia.
À primeira vista, pode parecer estranho que cirurgias ginecológicas no ano após o início da dor sejam consideradas relacionadas ao desenvolvimento da fibromialgia.
No entanto, uma associação como essa pode ser devido a vários fatores pertinentes.
Por exemplo, considere que muitas mulheres têm problemas ginecológicos bem antes de optarem pela cirurgia como tratamento preferencial. Pode ser que alterações hormonais ou doença ginecológica sejam fatores de risco para a fibromialgia devido a algum relacionamento subjacente que ainda não entendemos.
De acordo com o estudo, histerectomias e ooforectomias (remoção dos ovários) foram mais prováveis nos quatro anos antes ou após o início da dor da fibromialgia.
Esta é certamente uma área que exige mais pesquisas. No final, isso pode nos ajudar a entender por que 90% dos pacientes com fibromialgia são mulheres. Além disso, pode revelar alterações fisiológicas que podem desencadear o desenvolvimento da doença, o que poderia levar a melhores tratamentos e possivelmente até à prevenção.
Para as mulheres que desenvolvem fibromialgia após cirurgia ginecológica, também precisamos saber qual o papel, se houver, da cirurgia em si, bem como os possíveis papéis das alterações hormonais causadas pela cirurgia. A terapia de reposição hormonal pós-cirúrgica também merece um olhar.
Pesquisa anterior
Os médicos há muito suspeitam que a fibromialgia tem fortes laços e gatilhos hormonais. Um estudo de 2013 encontrou ligações entre a menopausa precoce e o aumento da sensibilidade à dor em pacientes com fibromialgia, o que pode estar relacionado à queda dos níveis de estrogênio.
Mulheres com fibromialgia são especialmente propensas a períodos menstruais dolorosos (dismenorréia) e certas complicações na gravidez.
Minha experiência
Este estudo realmente fala da minha própria experiência. Eu tinha 34 anos quando meu filho mais novo nasceu por cesariana e 35 quando parei de amamentar. As alterações hormonais daí, segundo meu ginecologista, me levaram à perimenopausa prematura.
Meu ciclo menstrual tornou-se errático e os períodos eram extremamente pesados e dolorosos, ao passo que sempre foram regulares e bastante brandos. Os sintomas da fibromialgia logo se seguiram.
Seis meses depois, fiz um diagnóstico e identifiquei um padrão – minhas erupções vinham regularmente entre a ovulação e o início do período menstrual. Meu ginecologista recomendou uma ablação endometrial para se livrar dos hormônios adiados pelo espessamento do útero.
A ablação não apenas pôs fim aos períodos dolorosos (e períodos em geral), mas também diminuiu a distância entre as minhas labaredas. (Saiba mais sobre minha jornada pessoal no Curso de Despedida: A fibromialgia entra na minha vida.)
Eu não tinha uma histerectomia, mas entre duas gravidezes e duas cesarianas, além da amamentação, meu corpo tinha sido claramente passado por uma campainha hormonal.
Eu suspeito que a pesquisa continuará a demonstrar as ligações entre a fibromialgia e as alterações hormonais e espero que, algum dia, estejamos bem mais bem equipados para reconhecer, tratar e prevenir a fibromialgia relacionada a hormônios.